Congresso dos EUA confirma vitória de Trump
- Rádio Manchete USA
- 7 de jan.
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WASHINGTON - O Congresso dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira, 6, a vitória do Donald Trump na eleição à Casa Branca. A sessão conjunta de Câmara e Senado chancelou sem incidentes a conquista de 312 dos 538 votos do Colégio Eleitoral pelo republicano em novembro do ano passado.
A vice-presidente Kamala Harris, que foi adversária de Trump na disputa, acumula o cargo de chefe do Senado e, por isso, comandou a cerimônia contagem e certificação das cédulas eleitorais. Ela anunciou os delegados obtidos por ela e pelo republicano na corrida eleitoral. "Kamala D. Harris, do estado da Califórnia, recebeu 226 votos", disse a atual vice, sob aplausos, em discurso protocolar e na terceira pessoa.
Antes da sessão, Kamala publicou vídeo em suas redes sociais dizendo que seu papel na cerimônia representava uma "obrigação sagrada". "[Obrigação] que eu defenderei guiada pelo amor ao país, lealdade à nossa Constituição e minha fé inabalável no povo americano", disse.
Sob uma forte nevasca que praticamente paralisou Washington e deixou as ruas desertas, a sessão desta segunda ocorreu sem incidentes e sem protestos no entorno do Capitólio, num cenário bem diferente de quatro anos atrás, quando o republicano instigou seus simpatizantes a ir ao Congresso.
A tentativa deles de impedir esse mesmo processo de certificação resultou em tumultos com cinco mortes e dezenas de feridos.Trump até hoje não reconhece sua derrota diante de Joe Biden em 2020.
O deputado democrata Jamie Raskin, que foi membro do comitê que investigou o 6 de Janeiro, afirma que a sessão desta segunda foi "como deveria ser". "Estou orgulhoso de que os democratas se levantaram em nome da Constituição em vez de espalhar mentiras e violência", afirmou. Segundo o parlamentar, o papel dos congressistas é apenas receber os votos e contá-los.
Já a republicana Marjorie Taylor Greene disse que a certificação deste ano transcorreu de modo tranquilo porque não houve fraude eleitoral —o que ela insiste ter ocorrido em 2020, sem provas.
Em tempo: O presidente eleito não participa e não comparece ao evento. Esse rito formaliza o caminho para a posse do republicano, no próximo dia 20.
Em sua rede social, Trump fez provocações. Disse que certificação de sua vitória é "um grande momento na história" e acusou Biden de fazer "tudo para tornar a transição o mais difícil possível". Citou ainda o que seria uma frase de Elon Musk, o bilionário que será membro do alto escalão do governo, segundo a qual "a civilização estaria perdida" se Trump não tivesse vencido a eleição.
Biden e Kamala já haviam aceitado o resultado eleitoral e incentivado os correligionários a fazerem o mesmo. Por isso, a expectativa era mesmo de uma cerimônia tranquila. Ainda assim, Washington reforçou a segurança e aprimorou a infraestrutura do Capitólio para este 6 de janeiro.
Pela primeira vez, a certificação foi classificada de um Evento Nacional de Segurança Especial. Isso permitiu ao Serviço Secreto dos EUA coordenar os esforços pela proteção do Congresso e a aplicação de recursos locais e federais. Essa classificação é concedida a cerimônias de grande porte, como a posse presidencial em si e as convenções dos partidos Democrata e Republicano.
A medida atendeu a um pedido da prefeita de Washington, a democrata Muriel Bowser, e de integrantes do comitê de parlamentares que investigaram o 6 de Janeiro.
Após os distúrbios de 2021, cerca de 1.500 pessoas foram acusadas por crimes ligados à tentativa de reverter o resultado eleitoral.
** Com AF **
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